O Sacrifício de Robert Altman
“A Última Noite”, que já mereceu um post neste blog, é – nas palavras do próprio Altman – um filme sobre a morte. “A Última Noite” conta – como o título em Português deixa bem claro – a derradeira noite de um programa de rádio, daqueles da velha guarda, ao vivo, com efeitos sonoros e platéia. Entre os personagens, um anjo que vem para anunciar – vejam só – a morte.
E “A Última Noite” ganhou, para mim pelo menos, uma nova dimensão.
Em 1986, o cineasta russo Andrei Tarkovsky realizou “O Sacrifício”, sua obra-prima. É um filme sobre a morte, feito por um artista que sabe que vai morrer. As filmagens foram realizadas entre idas e voltas de hospitais, em uma luta inglória contra o câncer. O trabalho passou para a história como um testamento, como uma mensagem a seus filhos. Com a história real por trás da ficção das telas, o filme ganha uma dimensão ainda maior que a sua própria ambição.
Voltemos ao Altman... “A Última Noite” é o filme de alguém que busca lidar com a morte, tão infalivelmente próxima? Ou tudo não passa de uma dessas coincidências?
(Trilha Sonora: Michael Penn – March)