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quinta-feira, novembro 02, 2006

O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias

O período mais obscuro de nossa história é ainda muito recente. Uma parte de minha infância, por exemplo, foi vivida sob um regime de exceção, mesmo que eu não soubesse direito o que acontecia... O cinema tem, entre tantas outras, a característica de fotografar o momento de uma nação, seus ânimos, anseios, desejos. Durante uns bons anos, o retrato feito da ditadura foi duro, seco, cheio de raiva, violento. Mas o tempo passou. E hoje, como prova o diretor Cao Hamburger em seu segundo filme, "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias", é possível rever o governo militar com leveza e poesia.

A trajetória do garoto Mauro, de apenas 12 anos, que é afastado de seus pais (revolucionários em fuga), marca a narrativa. E aqui não há como não fazer uma relação direta entre esta obra e "Pra Frente, Brasil", de Roberto Farias, de 1982. A época é a mesma: o Brasil durante a Copa do Mundo de 1970, engolido pela emoção do futebol. Mas o resultado é completamente diferente. Não há dúvida de que os dois são grandes filmes, separados apenas por seu tempo histórico.

"O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias" já é das mais importantes produções de nossa cinematografia. Porque, enfim, deixamos para trás o rancor. Uma etapa foi vencida. A infâmia está definitivamente enterrada no passado.

Na imagem acima, o menino Mauro (o excelente Michel Joelsas) com a mãe, interpretada por Simone Spoladore.

(Trilha Sonora: Iron Maiden - A Matter Of Life And Death)

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Lindo filme. Vi numa entrevista com o Cao que foram feitos testes com mais de 1000 crianças para o papel principal. O trabalho de casting deu resultado pois a atuação de Michel Joelsas é realmente fantástica. O bacana também é que além de resgatar os nossos anos mais difíceis, o filme também passa a temática da infância de forma super sensível e nostálgica.

12:22 PM  

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