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sexta-feira, outubro 27, 2006

Shortbus

John Cameron Mitchell é uma das minhas boas descobertas em várias mostras internacionais. Sua carreira como diretor de cinema começa em 2001, com "Hedwig". A história do(a) líder de uma banda alemã em turnê pelos Estados Unidos saiu dos teatros "Off Broadway", onde foi montada pelo próprio Mitchell. Ao levar sua "odisséia rock anatomicamente incorreta" para as telas, manteve o mesmo controle que tinha nos palcos: escreveu, dirigiu e interpretou o papel principal de forma brilhante (uma atuação que merecia, pelo menos, uma indicação ao Oscar de Melhor Ator daquele ano).

Depois de uma estréia tão cheia de promessas, aguardava este filme com uma certa ansiedade. A exibição começa e Mitchell já surge imerso em controvérsia. A sequência de abertura, com uma rápida apresentação das personagens de "Shortbus", é explícita, gratuita. É uma provocação sem propósito, feita apenas para chocar. Sem cair em outras armadilhas fáceis, a provocação deixa de existir. E a obra passa a acompanhar os passos de um casal homossexual em crise, de uma terapeuta de casais que nunca teve um orgasmo, de uma dominatrix carente de relações afetivas, de um voyeur... E é aí que o humanismo sem preconceitos ou julgamentos rasteiros ganha a tela e conquista a audiência.

"Shortbus" pode não ser dos filmes mais fáceis.

Mas vê-lo traz recompensas.

Acima, um pôster alternativo de "Shortbus".

(Trilha Sonora: Casey Dienel - Wind-Up Canary)