On The Boulevard des Capucines

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sexta-feira, dezembro 29, 2006

Cinema X TV

Anos atrás a discussão do título não tinha a menor razão de ser. A televisão nada mais era do que um simples veículo de comunicação. Cinema era arte. Será?

Nos Estados Unidos, é a TV quem assume o papel de "arte". Arte entre aspas é um sinônimo muito pessoal para "entretenimento de qualidade" ou "diversão de primeira".

O nariz de cêra serviu apenas para dizer que ando viciado em "C.S.I.". Na série original, em Las Vegas, cuja equipe surge na imagem acima. "C.S.I." é um exemplo de produção bem executada, de roteiros inteligentes e muito bem estruturados (com um excelente desenvolvimento gradual dos personagens), de edição ágil etc. Tudo que o cinema americano deveria estar fazendo e não faz.

Talvez pela carência criativa na tela grande, atores como James Woods, Charlie Sheen, Geena Davis, Donald Sutherland, Gary Sinise, James Spader, Alec Baldwin, William Shatner e outros tantos migraram para a TV.

O engraçado é notar que o nome por trás do que há de melhor na TV hoje - "C.S.I." (Las Vegas, Miami e Nova York), "Without a Trace", "Cold Case" e o reality show "The Amazing Race" - é Jerry Bruckheimer, o rei das grandes produções ocas de Hollywood. São dele pérolas como "Bad Boys", "Con Air", "60 Segundos", "Pearl Harbor" e "A Rocha". Ele fez algumas coisas legais sim. Mas bem poucas... Enfim...

O pior é que falamos sobre o fato de a TV estar ultrapassando o cinema em qualidade sem escrever uma linha sequer sobre a HBO, responsável pelo "state of the art" da produção audiovisual em todo o mundo. Seria quase covardia... Para conferir, basta acompanhar sua programação de séries, filmes e documentários originais.

Uma pena que o cinema americano viva em momento tão medíocre. E que sua mediocridade esteja levando para o fundo outras cinematografias importantes.

E aí chegamos às perguntas finais...

É bom que a TV ocupe este espaço? Para onde iremos?


(Trilha Sonora: Shania Twain - Greatest Hits)

Nota Rápida

A onda de violência que varre o Rio de Janeiro neste fim de ano não joga novas luzes na ridícula polêmica sobre o filme "Turistas"?

Não seria mais sensato deslocarmos nossos esforços para a educação, a saúde e a segurança?

Não seria mais sensato deixarmos de lado filmequinhos de terror e episódios dos Simpsons?


(Trilha Sonora: Shania Twain - Greatest Hits)

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Memórias Televisivas Afetivas

Dediquei três postings a minhas memórias musicais afetivas. E dos mais recentes, logo aí abaixo. Hoje chego em casa - depois de tomar uma bela chuva -, preparo uma comidinha, vejo o "Linha de Passe" e entro na internet para olhar as novidades. A notícia é ruim: a morte de Joseph Barbera, aos 95 anos.

Lembro dos textos escritos sobre diferentes momentos de minha vida e não tenho como não associá-los (os momentos) a Joseph Barbera. Quem um dia foi criança e sentou na frente de uma televisão, mesmo que por um breve intervalo de tempo, esteve diante da magia criada por ele, sempre em parceria com William Hanna.

Hanna-Barbera é quase um sinônimo de nossa infância.

Hanna deixou milhões de órfãos em 2001, aos 90 anos.

A dupla está junta agora, mais uma vez.

Na imagem acima, Hanna e Barbera (de cabelos brancos) e os Jetsons.


(Trilha Sonora: Silêncio)

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Respostas Para Perguntas Não Formuladas

1. Sim. Eu vi as indicações ao Globo de Ouro.

2. Não. Eu não gostei.

3. Sim, claro. Fiquei de bode na hora. Ao lado, eu.

4. Não. O Globo de Ouro já foi um oásis de inteligência em Hollywood. Há tempos não é mais.

5. Sim, claro. É comercialóide como qualquer outro prêmio.

6. Sim. Ando com preguiça de escrever. Serei mais assíduo nas férias. Ou não...

7. Lucinda Williams? Na minha opinião, a voz mais gostosa da música mundial.


(Trilha Sonora: Lucinda Williams - Car Wheels On A Gravel Road)

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Memórias Musicais Afetivas

A arte embala nossas vidas. Desde que nascemos, músicas, pinturas, filmes, programas de TV e tantos outros estímulos vão construindo o caminho que trilhamos. E ficando pavimentados em nossa memória afetiva.

A década de 80, por exemplo, que está na moda, pode ser resumida em uma música de Siouxsie & The Banshees. Outro dia estava revisitando o álbum "Tinderbox", de 1986, quando, de repente, após alguns segundos de silêncio, a magia surge, sutil, em um mosaico de sons: "Cities In Dust".

O início emblemático, o refrão poderoso (com o indefectível "Ma friend...") e o clima pop-quase-gótico são um resumo dos anos 80. Durante 4 minutos e 4 segundos, viajei até o Companhia de Maria, até as voltas de bicicleta pelo Ibirapuera, até os passeios pela Vila Nova Conceição, até o percurso que fazia - a pé - para ver filmes em cinemas de rua, da avenida Santo Amaro, até os jogos de "Três Dentro, Três Fora" na vila em que morava...

Resumindo: a minha década de 80 tem a cara de "Cities In Dust".

E assim, da mesma forma, os anos 90 têm, para mim, a cara de "Plush", do Stone Temple Pilots. Bastam os primeiros acordes da guitarra e a voz grave mandando "And I feeeeeeeeeeeeeeeel..." para que eu volte à faculdade, aos finais de semana na estrada, ao grande amor de minha vida, à estréia da responsabilidade de verdade...

Resumindo outra vez: a minha década de 90 tem a cara de "Plush".

Para vocês recordarem, as respectivas letras estão nos posts abaixo. Viajem.


(Trilha Sonora: Sioxsie & The Banshees, "Tinderbox", e Stone Temple Pilots "Core")

"Plush"


Do álbum "Core", de 1992

And I feel that times a wasted go
So where ya going to tomorrow?
And I see that these are lies to come
Would you even care?

And I feel it
And I feel it

Where ya going for tomorrow?
Where ya going with that mask I found?
And I feel, and I feel
When the dogs begin to smell her
Will she smell alone?

And I feel, so much depends on the weather
So is it raining in your bedroom?
And I see, that these are the eyes of disarray
Would you even care?
And I feel it
And she feels it

Where ya going to tomorrow?
Where ya going with that mask I found?
And I feel, and I feel
When the dogs begin to smell her
Will she smell alone?

When the dogs do find her
Got time, time, to wait for tomorrow
To find it, to find it, to find it
When the dogs do find her
Got time, time, to wait for tomorrow
To find it, to find it, to find it

Where ya going for tomorrow?
Where ya going with that mask I found?
And I feel, and I feel
When the dogs begin to smell her
Will she smell alone?
When the dogs do find her
Got time, time, to wait for tomorrow
To find it, to find it, to find it
When the dogs do find her
Got time, time, to wait for tomorrow
To find it, to find it, to find it
To find it
To find it
To find it


(Trilha Sonora: Stone Temple Pilots - Core)

"Cities In Dust"


Do álbum "Tinderbox", de 1986.


Water was running; children were running
You were running out of time
Under the mountain, a golden fountain
Were you praying at the Lares shrine?
But ohh oh your city lies in dust, my friend
Ohh oh your city lies in dust, my friend

We found you hiding, we found you lying
Choking on the dirt and sand
Your former glories and all the stories
Dragged and washed with eager hands
But ohh oh your city lies in dust, my friend
Ohh oh your city lies in dust, my friend
Your city lies in dust

Water was running; children were running
We found you hiding, we found you lying
Water was running; children were running
We found you hiding, we found you lying
Your city lies in dust
Ohh oh your city lies in dust, my friend

Hot and burning in your nostrils
Pouring down your gaping mouth
Your molten bodies blanket of cinders
Caught in the throes .......

Ohh oh your city lies in dust, my friend
Ohh oh your city lies in dust, my friend
Ohh oh your city lies in dust, my friend
Ohh oh your city lies in dust, my friend

Your city lies in dust


(Trilha Sonora: Siouxsie & The Banshees - Tinderbox)