On The Boulevard des Capucines

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Local: São Paulo, São Paulo, Brazil

segunda-feira, maio 28, 2007

Maria, Maria

No site oficial de Maria de Medeiros há dados interessantes sobre sua biografia (devidamente editados por mim e condensados em um parágrafo):

“Maria de Medeiros nasceu em Lisboa e cresceu em uma família de intelectuais. Sua mãe era jornalista. O pai, pianista, compositor, maestro e historiador da música. Viveu toda sua infância em Viena, na Áustria. Voltou para Portugal após a Revolução dos Cravos, em 1974. Aos 18 anos, vai para a França onde estuda filosofia e entra na Escola Nacional Superior de Artes e Técnicas do Teatro.”

Maria de Medeiros nasceu em um ambiente muito propício para o surgimento de uma artista de enorme talento. E ela aproveitou a chance. Apesar de ser mais conhecida por seu trabalho como atriz, ela também dirigiu filmes. Agora lança seu primeiro disco, “A Little More Blue” (que já foi trilha sonora deste boulevard), recheado de grandes canções da Música Popular Brasileira.

Maria não é uma grande intérprete. Mas o charme de sua voz, tímida e hesitante, e sua experiência na criação de tantos personagens fazem toda a diferença. O álbum é uma delícia.

Maria, Maria... Um dom. Uma certa magia.


(Trilha Sonora: Maria de Medeiros - A Little More Blue)

domingo, maio 27, 2007

A Morte na Tela de Cinema

Nicholas Ray é um dos maiores diretores do cinema americano. Obras-primas como “Johnny Guitar” e “Juventude Transviada” têm a sua assinatura. Mas nada do que vemos em “Um Filme Para Nick” nos faz lembrar da grandiosidade de outrora. Estamos aqui diante do ocaso de um gênio.

“Um Filme Para Nick” é um documentário bastante controverso de Wim Wenders sobre Nicholas Ray, de quem era amigo. Para ser mais preciso, é um documentário sobre a morte de Nicholas Ray. Enquanto filmava “Hammet”, sua mais turbulenta tentativa de entrar no mercado americano, Wenders tirou uma folga para visitar Ray. Encontrou um homem consumido pelo câncer, a poucos dias do fim de sua vida. E filmou tudo...

O documentário foi duramente atacado, por suas supostas crueldade e morbidez. Wenders foi criticado por ter usado a fragilidade de Ray para promover um espetáculo de um certo egocentrismo. “Um Filme Para Nick” está, finalmente, disponível em DVD no Brasil. E já faz parte de minha humilde DVDteca. Vale a visita. Basta esquecer a polêmica e refletir sobre os limites da arte e sobre a morte (real) na tela de cinema.

(Trilha Sonora: Tres Chicas - Sweetwater)

segunda-feira, maio 21, 2007

1.000!

Romário fez 1.000 gols. Eu que, assim como ele, sou Mário, fiz 03. Um de pênalti. Até os 41 anos espero chegar a uns 07, pelo menos. Para compensar, tenho certeza que já vi bem mais do que 1.000 filmes. Tentei contar, mas é uma tarefa inglória. De qualquer forma, ver é muito fácil. Fazer é que são elas... Enfim.

Andei pensando se em algum momento alguém teria dirigido 1.000 filmes. E saltou à memória a história de David Wark Griffith, fundador do cinema, que chegou a trabalhar em mais de 100 produções por ano. Lá no fim de sua carreira, ele havia assinado seu famoso DG em 536 películas.

Pesquisei então a lista de outro pioneiro do cinema americano: Allan Dwan. Foram 384 filmes, entre mudos e sonoros. A vitória vai mesmo para a França, para outro mestre: Georges Méliés. Suas mágicas renderam 560 obras. O triste é que boa parte delas não está mais entre nós...

Aguardo lembranças de mais algum Romário das telas... Aceito colaborações. :0)


(Trilha Sonora: Maria de Medeiros - A Little More Blue)

domingo, maio 20, 2007

No Meu Aniversário Quem Ganha é Você!

Nada aconteceu de muito relevante no último ano. Tudo continuou como sempre, um vôo estável, sem turbulências e sinais de emergência. Mas, durante esta última fase da viagem, sem saber o motivo, resolvi criar um blog para falar de cinema, música e cultura em geral. E gostei muito da brincadeira! Sinal dos tempos... Enfim.

Para comemorar outros 365 dias cheios de rotina, eu é quem vou dar o presente. E para a minha audiência qualificada, que muito me orgulha. Vamos lá!


Obrigado Bárbara e Natália (as modeletes que não saem do meu coração)!

Obrigado Sil (ou devo dizer "obrigado noiva Sil"? Ou "obrigado ao casal Sil e Adriano"?)!

Valeu Maurício (estou pensando em publicar aquele seu conto aqui...)!

Obrigado Mari Dorin (e o almoço, hein?)!

Valeu Emerson (volte para irmos ao Marques, a lanchonete comunista)!

Obrigado Ana Paula (já foi até tema de um post. Chique pacas)!

Obrigado Jana (pena que não a vejo mais tanto assim, na telinha...)!

Obrigado Anita (que já colaborou muito com este blog: prêmio regularidade)!

Obrigado Lu Ribeiro(teremos mais porquinhos pela frente)!

Valeu Palugan! (whooooooooooooooooooooooooooore - Rob Halford Staile)!

Obrigado Ju Burger (parente do Ronald McDonald e gata dos infernos)!

Obrigado Luiza (já aprendi com seu estilo Hulk de ser, mas todo para o bem)!

Obrigado Danielas (Gouveia e Noyori)!

Obrigado Carols (Chemin, Escorel e Malons)!

Valeu Fê Vellozo (em breve, o novo 2DF)!

Obrigado Cris Pazetti (difícil, né? Humpf...)

Obrigado Maria Lígia (volte mais vezes)!

Valeu Caju (só para você não ficar com ciúmes. Apareça aí e traga a Mari)!

Obrigado Edu e Ana Rodrigues (nos vemos em outubro nas filas da mostra)!

Valeu Mauzinho (e viva a Bacante)!

Obrigado Fê Corrêa (quero acessos de Dubai agora ...)

Obrigado Roberta (purifique-nos)!

Obrigado Didi (quanto estilo...)

Obrigado a todas as minhas musas (que provavelmente não passam por aqui)!

E obrigado a todos os anônimos (whooooooooooo are you? Tchu, Tchu! Tchu, Tchu!)!


Beijos carinhosos e abraços apertados a todos! :0)

(Trilha Sonora: Maria Taylor - 11:11)

quarta-feira, maio 16, 2007

Saudades dos Cranberries

Ainda lembro de como acordei animado em um sábado qualquer do ano de 2001. Naquela época, tais manhãs eram dedicadas à busca por cultura em geral: dvds, livros, cds, revistas etc. Eu era um ávido consumidor. Mas aquele dia seria diferente. Enfim colocaria as mãos no mais novo álbum dos Cranberries, "Wake Up and Smell the Coffee". É um belo disco, sucessor de "Bury the Hatchet", de 1999, e que, de certa forma, apostava em um mesmo rock pop sem maiores ousadias. De lá para cá, nada aconteceu... Fiquei orfão de uma de minhas adoradas bandas, esperando o retorno dos Cranberries de seu longo hiato.

A espera acabou. Ou mais ou menos. Acabo de ouvir - umas seis ou sete vezes, para ser mais preciso - o primeiro disco de Dolores O'Riordan, "Are You Listening?". Oh, yes, I am! Para quem não ligou o santo ao milagre, Dolores é a genial vocalista do Cranberries. Única. Sua estréia em carreira solo é um bom presente aos fãs de outrora. Tudo é muito parecido. É o tal pop rock sem maiores ousadias, mas feito por uma mãe de três filhos que já teve crises nervosas, lutou contra a depressão e reencontrou a vida. Resumindo: é um pop rock sem maiores ousadias e um tanto "água com açúcar".

Para que não fique parecendo uma crítica, nada contra o estilo. Eu gostei! E acho que vale muito a pena para matar as saudades.


(Trilha Sonora: Dolores O'Riordan - Are You Listening?)

domingo, maio 13, 2007

O Melhor da TV Brasileira














"Irritando Fernanda Young". Ponto final.

(Trilha Sonora - Melissa Ferrick - + 1)

quarta-feira, maio 09, 2007

Cadeiras Numeradas

Como bom fã de histórias em quadrinhos e super-heróis em geral, lá estava eu, no sábado de manhã, pronto para comprar meu ingresso e ver "Homem-Aranha 3" em uma das salas do Cinemark do Shopping Market Place. Além do filme, uma outra estréia no circuito: cadeiras numeradas.

Eu vou ao cinema há - pelo menos - uns 25 anos. Nunca havia estado em uma sessão com cadeiras numeradas. E tudo sempre transcorreu muito bem. Nunca senti falta. E acho que a dinâmica de ir ao cinema é sensivelmente diferente de ir ao teatro ou a um show. Mas tudo bem. Escolhi - entre três opções de filas - a N. Cadeira 13. N13.

Em uma sala vazia, havia apenas uma fila tomada. A N. A M estava quase cheia. O resto do cinema, sem ninguém. Aí lembrei de um desenho do Pateta em que ele vai a um estádio ver um partida de futebol americano. Ele procura seu assento, encontra e senta. Ao seu lado, um outro pateta. Só então vemos que não há mais ninguém. Um juntinho do outro, lá estavam os dois patetas. E lá estava eu, o pateta, vendo "Homem-Aranha 3". Quem mandou querer ser o Pateta...

Enfim. Fiquei tão irritado que enviei o seguinte e-mail ao Cinemark. Aguardo a resposta para postá-la por aqui. Leiam:


Olá!

Gostaria de fazer uma séria reclamação sobre a sessão de 12h10 de "Homem Aranha 3", realizada no sábado, dia 05 de maio, no Shopping Market Place. Sempre quando quero ver um filme assim, de forte apelo popular, procuro as sessões com menor público. E as primeiras do fim de semana são as com a menor ocupação.

Ao chegar à bilheteria, às 11 horas, encontrei uma fila considerável, o que é absolutamente normal para uma grande estréia. Na minha vez, fui informado que os assentos seriam, a partir de agora, numerados. E que as filas D, N e uma outra qualquer (acima da N) estavam disponíveis. Achei estranho, porém possível. Afinal, era "Homem Aranha 3". Escolhi a fileira N e recebi a cadeira 13. N13.

Entrei logo depois na sala, procurei o meu lugar e sentei. Pouco depois toda a fileira estava cheia. Do meu lado esquerdo, um casal de japoneses. Do lado direito, uma loira com pipocas e refrigerante. As filas de cima estavam vazias. As de baixo, com exceção da M, também. A sala recebeu, naquela manhã, cerca de 25 pessoas, no máximo. O cinema deve comportar mais de 100.

Eu entendo a numeração de lugares, apesar de achar idiota e sem sentido. Mas não vou discutir. A questão é porque não pude escolher meu lugar entre todos os disponíveis? Por que manter a regra da numeração em sessões com baixíssima ocupação?

A sessão de "Homem Aranha 3" - que aguardava com ansiedade - foi muito prejudicada: pelo cheiro forte de pipoca com manteiga, pelo aperto e pelo desconforto desnecessários. A frustação e a irritação não serão compensadas. De qualquer forma, gostaria de saber o que será feito no futuro. Terei a mesma experiência desagradável ou a velha - e boa - experiência de sempre?

Aguardo uma resposta, com uma solução para as próximas sessões matutinas. Também espero uma compensação pelo tratamento que recebi no último sábado. Minha impressão é de que fui enganado na bilheteria. De que roubaram meu conforto e ainda levaram embora a estréia há tempos esperada.

Obrigado.

Um abraço,
Mário Reys.



(Trilha Sonora: Jenny Lewis - Rabbit Fur Coat)

quinta-feira, maio 03, 2007

Eu Quero Ser o Pateta!

A história corria quase como um dos vários mitos do cinema. Até que a imprensa americana divulgou que era tudo verdade. E de mito passou logo a ser uma das práticas empresariais mais debatidas nos Estados Unidos. A Disney é uma fábrica que vende sonhos, que cria fantasias. É um negócio, portanto, altamente emocional. Como levar essa magia aos novos executivos? Como fazê-los entender a marca Disney e o que ela representa? Fácil. Basta colocá-los na pele do Pato Donald, do Mickey ou do Pateta, direcioná-los a um dos diversos parques e deixá-los ali, em um divertido corpo-a-corpo com a criançada. Na Disney é assim, seja você o presidente, o diretor de finanças ou o gerente de operações: o seu dia de Pateta vai chegar.

O jornalista James B. Stewart, por exemplo, também teve seu dia de Pateta. Ele é o autor do livro “Disney War”, que fala sobre “a guerra pelo controle da maior empresa de entretenimento do mundo”. Pois bem. Como queria mergulhar nos bastidores, James foi submetido à prática. E ele foi o Pateta! Seu relato é lindíssimo. Segue:

“- Abrace o Pateta! – diz uma voz de adulto. A garota parece um pouco temerosa, mas Pateta estende o braço e ela se encosta nele. Ele a abraça delicadamente. Então, por um momento, Pateta enxerga com clareza o rosto da menina. A timidez passou, seus olhos aumentam de prazer, seu rosto resplandece. Ela se estica e dá um beijo no focinho do Pateta.

Os flashes espoucam. Pateta gostaria de erguer a pata para enxugar as lágrimas que subiram repentinamente a seus olhos. (...) O momento em que a apreensão de uma criança desaparece, sendo substituída por admiração e prazer, é no que a maioria dos funcionários da Disney pensa quando usa a palavra “magia” para descrever seu trabalho. (...) Pateta é real, é claro. Ele era real para aquela garota, e naquele momento era real para mim. Eu não era mais um autor e jornalista vestindo camadas de enchimento e pele falsa. Eu era o Pateta. (...) Depois que você vê o rosto daquelas crianças, nada mais é igual.”



EU QUERO SER O PATETA!


(Trilha Sonora: Melissa Ferrick – Massive Blur)