On The Boulevard des Capucines

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sábado, dezembro 22, 2007

Tá Chegando a Hora...

Bom... O ano praticamente acabou e o que ficou para todos nós? Eu diria que muito pouco. O cinema passou pelo trauma de perder dois grandes gênios em apenas dois dias: Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni. Outro mestre, Martin Scorsese, foi finalmente reconhecido. Ele ganhou um Oscar, mas por um filme menor. Enquanto isso, um diretor de quinta categoria ganhava mais e mais reconhecimento, graças a um bando de críticos idiotas que não sabem nada (ou esqueceram muita coisa): Ang Lee.

Deixando a tela grande de lado, tive o privilégio de ver duas de minhas musas, e bem de pertinho: Teresa Salgueiro, agora oficialmente fora do Madredeus, e Dolores O'Riordan, melhor show do ano, e fácil.

E para 2008? Eu já fiz minhas previsões sobre o sempre quente verão americano (Indiana Jones vem aí). Também já falei das perspectivas para o Globo de Ouro e para o Oscar. Mas ainda não disse nada sobre o disco novo de Aimee Mann, "Smilers", que deve sair em março. Por falar em março, mês agitado. Verei - pela terceira vez - o Cirque du Soleil. E, depois de 23 anos, vou participar de um dos grandes eventos de minha infância/adolescência. Iron Maiden volta ao Brasil para tocar os velhos clássicos, para velhos como eu. Ingressos na mão. :)

Para fechar este post - sim, é o último do ano - deixo vocês com a apresentação ao vivo de Aimee Mann (acompanhada de Grant Lee Philips) no encerramento de um Late Night de Conan O'Brien. Presentinho virtual de Natal... Até 2008!


sábado, dezembro 15, 2007

30 Rock

Bom... Falamos de cinema. Que tal uma pausa para a TV? Depois de perder a exibição dos episódios "ao vivo", finalmente vi toda a primeira temporada de "30 Rock", a série criada por Tina Fey, de quem sou fã ardoroso. Ela é o que há de mais brilhante e mais inteligente na telinha, e de longe, e faz tempo, desde o Saturday Night Live.

Foi lá, nos bastidores de SNL, que também ajudava a escrever (até hoje, foi a única mulher a assumir tal cargo), que Tina Fey tirou as sacadas de "30 Rock". Humor de primeira com sacadas ágeis e um monte de referências culturais para os malucos.

"30 Rock" está indicado ao Globo de Ouro. Seus astros principais, Tina Fey e Alec Baldwin (perfeito, parece ter nascido para a comédia...), também. Ainda sob o impacto da maratona, duvido muito que exista algo melhor - ou até mesmo mais engraçado (já falei inteligente e brilhante, não é?) - por aí.


(Trilha Sonora: Vários - Young at Heart)

De Volta aos Prêmios

Os últimos dias estão cheios de novidades e ansiedades no cinema americano. Além das escolhas dos críticos, de Los Angeles a Nova Iorque, tivemos a divulgação da lista dos filmes indicados ao Globo de Ouro (depois de uma edição patética, em 2006). Falando muito de orelhada, parece tudo muito, mas muito melhor...

Vamos começar pelos críticos. De costa a costa, duas produções ganharam tudo ou quase tudo: "There Will Be Blood", de Paul Thomas Anderson, e "No Country for Old Men", de Ethan e Joel Coen. Também estão lá na disputa pelo Globo de Ouro, na categoria Melhor Filme - Drama. Para atrapalhar a hegemonia surge, talvez com chances, "American Gangster", de Ridley Scott.

Mesmo sem ter visto nenhum dos três, minha torcida está com "There Will Be Blood", e por razões óbvias, por causa de "Magnólia", a maior obra de arte do cinema moderno, e que não ganhou nadica de nada. Nem com a trilha de Aimee Mann. E por falar em Aimee Mann, sua canção "At the Edge of the World", do documentário "Arctic Tale" já está pré-indicada ao Oscar.

Na categoria Melhor Filme - Musical ou Comédia, destaques para "Sweeney Todd", de Tim Burton, "Across the Universe", de Julie Taymor, e "Charle's Wilson War", de Mike Nichols. É uma corrida bem menos empolgante. Estou, por enquanto, com "Across the Universe", comentado por aqui recentemente. Entre os filmes de língua estrangeira, a (excelente) surpresa é a lembrança de "Persepólis", um desenho animado que escapou da classificação "animação". Também estou com ele.

Juntando tudo, estou animado para o Oscar (o último foi bem sem graça...). Poderemos ver uma daquelas grandes lutas de peso-pesados. Entre os diretores, os já citados Tim Burton, Ethan e Joel Coen, Paul Thomas Anderson, Ridley Scott, Mike Nichols e ainda Julian Schnabel e David Cronenberg. Puxa vida.

Na foto acima, Rumer Willis, filha de Bruce Willis. Ela é a Miss Golden Globe 2008. Para quem não lembra, ano passado a Miss Golden Globe foi Lorraine Nicholson, filha de Jack Nicholson. Passando a guarda...


(Trilha Sonora: Vários - Young at Heart)

domingo, dezembro 09, 2007

Notas Vazias Sobre o Nada - Parte 2

Aproveitei umas horas vagas do fim de semana (mais um momento blog como diário virtual) para rever a trilogia "O Poderoso Chefão". Perdi muito mais tempo no primeiro, de 1972. É muito comum encontrá-lo na lista dos melhores filmes de todos os tempos. É mesmo, sem nenhum espaço para discussão. Recentemente a revista Bravo lançou uma edição (até certo ponto preguiçosa) com 100 filmes essencias. Desde então tenho pensado (no meu ritmo, que é bem lerdinho) em fazer a minha seleção.

Em breve. :)


(Trilha Sonora: Heather Nova - South)

Notas Vazias Sobre o Nada - Parte 1

Sabe aqueles que são (mesmo) diários virtuais? Aqueles que contam as "aventuras" de seus escritores e tal e coisa? Pois bem. Este humilde blog já teve alguns momentos assim. Este é mais um. Para começar, gostaria de dividir com todos a excelência crescente de meus dotes culinários. Fiz uma carne assada fantástica. Em breve, no comando de meu restaurante, poderei dividir com todos, mediante pagamento de quantias razoáveis, todo o meu talento.

"Mais Estranho que a Ficção" é um filme surpreendente. Com surpreendente quero dizer que poderia ter sido dirigido por Woody Allen, de tão bom. Elenco afinadíssimo (destaque para a espetacular Emma Thompson) e um roteiro - quem diria - inteligente, bem no estilo da cuca fundida de Nova Iorque. A direção é de Marc Forster, que fez "Monster's Ball" e "Em Busca da Terra do Nunca". É ele quem acaba de levar ao cinema "O Caçador de Pipas". E é ele também o responsável pelo próximo James Bond.

Hilary Swank é uma atriz fantástica. Mas quando exigida. Em trabalhos menores ela simplesmente não faz nenhum esforço. Gosta é de ser desafiada. Mesmo assim, é melhor que muitas aspirantes por aí. Em "A Colheita do Mal", filme que vi na madrugada, em Pay Per View (só R$ 1,99), a interpretação de Hilary é apenas correta, anos-luz de "Meninos Não Choram" ou "Menina de Ouro".

Por falar em anos-luz, vi parte da apresentação do Police no Rio de Janeiro (distante cerca de 500 quilômetros de São Paulo). A maioria dos ingressos foi vendida para gente - que surpresa! - de fora da cidade que há décadas não é maravilhosa (se é que um dia foi...). Rock and Roll tem a ver com São Paulo, Porto Alegre, Recife, Curitiba e até Belo Horizonte. Em ambiente hostil a tal demonstração musical, o show careceu de energia. Descontem a TV, que obviamente atrapalha (ambiente hostil a musicais em geral).


(Trilha Sonora: KT Tunstall - Drastic Fantastic)

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Cuca Fundida

A cuca fundida do título acima é do Woody Allen. Mas bem que poderia ser a minha... O Corinthians está agora na segunda divisão, os impostos estão cada vez mais altos e ainda roubaram o meu carrinho, meu humilde carrinho. Diante de tantas piadas de mau gosto, resolvi falar de algumas outras, e todas muito boas.

"Cuca Fundida" é um livro que reúne as melhores crônicas escritas por Woddy Allen para a revista New Yorker (livro que me foi emprestado por Heloisa Dassie, que a partir de agora será mais uma de minha leitoras assíduas, né?). Para quem acompanha sua obra, no cinema, claro, como diretor, roteirista e ator, é fácil reconhecer o humor tão característico e o universo de suas obsessões. As esquetes parecem escapar do papel a todo momento. E é exatamente aí que a leitura passa de meramente interessante a deliciosa.

Separei um trechinho do conto "Conversações com Helmholz". Dr. Helmholz, na cuca fundida de Woody Allen, "foi contemporâneo de Freud, pioneiro da psicanálise e fundador de uma escola de psicologia que hoje leva o seu nome. Mas talvez seja mais conhecido por suas experiências sobre o comportamento, nas quais provou que a morte é um traço adquirido".

Segue, para o seu bom humor:


"É verdade, eu fundei a escola da psicologia reversa, mas por acidente. Minha mulher e eu estávamos confortavelmente deitados para dormir quando deu-me uma irresistível vontade de beber água. Com preguiça de ir apanhá-la eu mesmo, pedi à Sra. Helmholz que fosse à cozinha buscá-la. Ela se recusou, argumentando cansaço por ter passado o dia ordenando galinhas. Finalmente, eu disse: Está bem, não estou com sede e, se você quiser saber, água seria a última coisa que eu tomaria agora. Com isso, a mulher deu um salto da cama e disse: Ah, não quer beber água, hem? - e foi lá dentro buscá-la. Tentei discutir o incidente com Freud durante uma gincana de analistas em Berlim, mas ele e Jung estavam empenhados numa corrida de sacos e não tiveram tempo de me ouvir."


(Trilha Sonora: Melissa Ferrick - In The Eyes Of Strangers)