On The Boulevard des Capucines

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Local: São Paulo, São Paulo, Brazil

segunda-feira, abril 30, 2007

Paz e Amor
















O título está bem fora de moda. Indo além do título, o que mais assusta é que as palavras – individualmente – também estão bem fora de moda. O mundo vive hoje imerso em um mar de intolerância. O cinema, como já comentei aqui diversas vezes, tem o papel de ser um retrato histórico, cultural, antropológico e até arqueológico de quaisquer sociedades em quaisquer épocas. Por acaso, para curtir o feriado, aluguei três filmes que revelam muito sobre nossos dias e mostram a importância de aprender com o passado.

O primeiro é o documentário “Corações e Mentes”, de Peter Davis, vencedor do Oscar de Melhor Documentário Longa-Metragem em 1974. A produção discute o papel dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Suas imagens são tão fortes que influenciaram diretores de ficção e foram transformadas em símbolos do conflito. A cena de um vietcongue sendo assassinado por um chefe da polícia sul-vietnamita com um tiro na cabeça, no meio da rua, e em frente às câmeras, é uma delas (acima). A outra é a da menina que corre desamparada, sem roupa, e com a pele queimada por Napalm.

O segundo é “Vôo United 93”, de Paul Greengrass, que recria o que aconteceu dentro do avião que não atingiu o alvo pretendido no ataque coordenado do dia 11 de setembro de 2001. Alguns dos personagens que vemos na tela são os homens e mulheres reais que tiveram de enfrentar uma situação inimaginável. Por seu formato, é quase um documentário, é um docu-drama. Na mesma linha está o terceiro, ainda sobre o pior ato terrorista da história: “As Torres Gêmeas”, de Oliver Stone. Por respeito, o cineasta abriu mão de sua personalidade para dar mais força e impacto à história, que também está muito próxima de um documentário pintado com tintas dramáticas.

Voltemos a “Corações e Mentes”. O resumo da tese que o filme defende está em um relato fundamental, de um piloto americano que bombardeou o Vietnã. Peter Davis pergunta a ele se os Estados Unidos aprenderam algo com o fracasso de sua empreitada militar. Ele diz que o país não quer aprender, que as lições estão lá, mas escondidas, por vergonha.

O ataque de 11 de setembro matou quase 3 mil pessoas, de 87 países diferentes. Poderia ter sido um momento raro de união, de busca pela sonhada compreensão entre os povos, pelo fim da intolerância. Nada disso aconteceu. As lições lá da década de 70, que nem está assim tão longe, foram mesmo esquecidas. Mas estão disponíveis a todos, em celulóide.


(Trilha Sonora: Melissa Ferrick – Freedom)

terça-feira, abril 24, 2007

The Vanities Girls

A Vanity Fair, um dos templos americanos da moda, da cultura e da política, estampa sempre em uma de suas páginas uma promissora jovem estrela. É uma tradição da revista, que começou lá em 1992. São fotos de fazer cair o queixo, de dar inveja mesmo.

Esta simples idéia (porém genial!) ficou ainda melhor a partir de setembro do ano passado. As atrizes agora surgem em um estilo bem anos 50, caracterizadas como pinups. É fantástico!

Visite o sítio da revista e chore: www.vanityfair.com

Para deixar um gostinho de quero mais, fique na companhia de Hayden Panettiere, a cheerleader fofa do seriado "Heroes".


(Trilha Sonora: Cocteau Twins - Blue Bell Knoll)

domingo, abril 22, 2007

When I’m 60

O Festival de Cannes completa 60 anos de história e histórias em 2007. Confesso que andava meio preocupado com a idade avançada. Tinha medo de ver a mais importante competição do cinema mundial caducar, abrir espaço para filmes comerciais e perder seu íntimo vínculo com a verdadeira arte. Bom... A lista das produções em competição este ano já foi lançada. E não vi nada de estranho. Ufa!

Olhem só (mantive os títulos originais e destaquei os diretores):


“My Blueberry Nights” - Wong Kar Wai
“Une Vieille Maîtresse” - Catherine Breillat
“Les Chansons d'amour” - Christophe Honoré
“Le Scaphandre et le Papillon” - Julian Schnabel
“Yasamin Kiyisinda” - Fatih Akin
“No Country for Old Men” - Ethan & Joel Coen
“Zodiac” - David Fincher
“We Own The Night” - James Gray
“Mogari No Mori” - Naomi Kawase
“Promise Me This” - Emir Kusturica
“Secret Sunshine” - Lee Chang-Dong
“4 Months, 3 Weeks And 2 Days” - Cristian Mungiu
“Tehilim” - Raphael Nadjari
“Silent Light” - Carlos Reygadas
“Persepolis” - Marjane Satrapi & Vincent Paronnaud
“Import/Export” - Ulrich Seidl
“Alexandra” - Alexander Sokurov
“Death Proof” - Quentin Tarantino
“The Man From London” - Bela Tarr
“Paranoid Park” - Gus Van Sant
“The Banishment” - Andrey Zvyagintsev



Que a festa, com a largada marcada para o dia 16 de maio, seja em grande estilo! No pôster acima, estão Pedro Almodóvar, Juliette Binoche, Jane Campion, Souleymane Cissé, Penelope Cruz, Gérard Depardieu, Samuel L. Jackson, Bruce Willis e Wong Kar Wai.


(Trilha Sonora: Nine Inch Nails - With Teeth)

sábado, abril 21, 2007

Um Oferecimento De...

Em um comentário bem recente (veja aí embaixo) disse que a série "Lost" estava perdendo audiência em um ritmo vertiginoso. Bom. Os números foram corrigidos. E olhem só que coisa. As pessoas não deixaram de ver "Lost", apenas não estão assistindo o programa ao vivo, em seu horário. Elas estão gravando.

Este novo formato de aferição da audiência, em que é possível separar o "ao vivo" do "gravado", vai ter uma grande repercussão. Os anunciantes estão espertos. Afinal, qual o objetivo de comprar um espaço em uma série que é gravada e que, portanto, tem seus comerciais cortados pelo "fast forward"?

O que veremos em breve é uma invasão de merchandising, que eu já acho um tanto excessiva. Veremos Gil Grissom usar um relógio de uma marca qualquer, Locke descobrir um conjunto de facas de corte inigualável, os irmãos Petrelli vestirem roupas de grife e até Caco, o Sapo, falar sobre as maravilhas que um determinado protetor solar faz com seu belo verde-musgo. E durma com um barulho desses...


(Trilha Sonora: Stereolab - Cobra And Phases Group Play Voltage In The Milky Night)

quinta-feira, abril 19, 2007

Puxa. Que bonito! Legal, hein?

O que você fala quando não sabe nada de um assunto? Eu fico quieto. Ou digo algo do tipo "gostei muito", "nossa, que bonito", "puxa", "hummm, interessante" ou "legal, hein". É assim que eu me comporto no mecânico, em exposições de artes plásticas, em espetáculos de ballet contemporâneo, vendo documentários sobre física quântica e no teatro. Fazer o que, não é? Cada um na sua. E a minha é cinema...

E é por causa de minha falta de conhecimento sobre centenas de assuntos que admiro a inteligência alheia. Tudo isso para destacar a revista eletrônica "Bacante", que aborda o teatro brasileiro de forma bastante descontraída e, claro, inteligente.

Visitem: www.bacante.com.br

Outras dicas:

Passa o Link - http://passaolink.blogspot.com
Blog de Maurício Moreira, amigo, sócio e diretor. Para ficar por dentro de nossas segundas vidas, na rede.


Nandz - http://nandzferdinandz.blogspot.com
Blog de Fernanda Correa, que fala um pouco sobre tudo. Lindo demais e cheio de coisas bacanas.


(Trilha Sonora: Rachael Yamagata - Happenstance)

segunda-feira, abril 16, 2007

Teresa, Você e Eu

Teresa Salgueiro, a voz do Madredeus, apresentou - oficialmente pela primeira vez ao público brasileiro - suas preciosas interpretações de alguns clássicos de nosso cancioneiro, todos reunidos em seu segundo álbum solo: "Você e Eu". Este humilde blogueiro que vos fala estava lá para conferir...

Teresa é uma artista privilegiada. Ela é provavelmente a melhor cantora (popular) do mundo. Sua técnica vocal e seu apuro artístico são impecáveis. Sua presença no palco é hipnotizante. E como se todo o talento não bastasse, Teresa Salgueiro ainda é belíssima. Agora, aqui, diante da tela do computador, vejo como é difícil encontrar adjetivos para descrevê-la.

Tudo porque parte de sua beleza vem de características intangíveis, que nada têm a ver com traços físicos: a ternura tímida e fofa, a classe e a elegância. É por isso que Teresa Salgueiro, como Lisa Gerrard, consegue transcender o (ser) humano. Sua arte surge apenas como uma extensão do que ela é.

Quando ouvimos sua voz somos levados a um outro mundo, a uma outra época... E paira a impressão de que Teresa Salgueiro é algo além de humana, que pertence a um diferente universo, utópico, puro, de prazer e arte, e que vive cercada por anjos, olhando - e cantando - por nós.

Obrigado, Teresa!

(Trilha Sonora: Teresa Salgueiro - Você e Eu)

sábado, abril 14, 2007

Is Avril The Best Damn Thing?

Já estou com o novo álbum de Avril Lavigne nas mãos. “The Best Damn Thing”, seu terceiro trabalho, é bem diferente dos anteriores. Mas, antes de qualquer análise, vamos deixar uma coisa bem clara: é um disco de pop rock, como todos os outros. Quem a relaciona com a música punk ou não sabe o que está falando ou repete frases ouvidas por aí e que parecem ser inteligentes. Sem falar que colocar uma canadense bonitinha, rebelde como toda e qualquer adolescente, como parte de um movimento que revolucionou o mundo com fúria incontrolável soa quase como ofensa. Enfim...

Avril começou cedo, com 18 anos, em 2002, já emplacando músicas entre os primeiros lugares das paradas. “Let Go” explodiu com hits como “Complicated”, “Sk8er Boi”, “I’m With You” e “Losing Grip”. Em 2004 veio “Under My Skin”, um disco que eu considero um tanto mais sério, mais próximo do rock, mais longe do pop. Algumas canções fizeram sucesso, como “Don’t Tell Me”, “My Happy Ending”, “Nobody’s Home”, “He Wasn’t” e “Fall To Pieces”. Mas nem tanto. 2004 foi mesmo o ano de Gwen Stefani.

A estréia da vocalista do No Doubt como artista solo foi arrebatadora. As músicas de “Love. Angel. Music. Baby.”, que ganhou vários prêmios importantes, tocavam o dia inteiro nas rádios e na MTV. A principal delas foi “Hollaback Girl”, que influenciou um monte de gente ao apostar alto em uma “Cheerleader Culture” embalada em um Hip Hop que parece marchinha escolar. No meio desse monte de gente influenciada está Avril Lavigne. Em “The Best Damn Thing”, a canadense bonitinha deixa de lado sua personalidade para embarcar na cultura das líderes de torcida. O disco é, portanto, muito mais pop, muito menos rock.

É legal? É bacaninha, mas decepcionante. Esperava bem mais...

(Trilha Sonora: Avril Lavigne – The Best Damn Thing)

quinta-feira, abril 05, 2007

X Marks the Spot

Como Indiana Jones ensinava em suas aulas de arqueologia, um “X” nunca marca o local onde está enterrada uma relíquia. Quem lembra da trilogia, sabe o que acontece logo depois da declaração... Mas o “X” não é apenas historicamente – ou matematicamente – importante. Também é o símbolo de uma lição do que deve e do que não deve ser feito em uma série de televisão.

“Arquivo X” foi o maior sucesso de sua época. Em um fenômeno raríssimo, iniciou um culto de fãs e conquistou uma legião de seguidores, tão fiéis quanto os trekkies. Foram nove temporadas e um longa-metragem, que abriu o sexto ano. E é este filme que estabelece uma série de mudanças emblemáticas...

A série falava sobre a desinformação oficial do governo americano em relação, principalmente, aos discos voadores. Na pele dos espectadores, também vítimas da conspiração, os agentes Fox Mulder e Dana Scully. Já na primeira temporada, é possível conhecer a trama central e obter algumas respostas, mesmo que esparsas. Esta história segue consistente, com novas revelações – até previsíveis – até o tal longa-metragem, onde tudo é finalmente esclarecido.

E algo deu errado... Talvez com medo de uma deserção em massa, a trama central foi ramificada, gerando várias pequenas tramas e uma baita confusão de idéias. O medo da perda de interesse por parte do público não faz muito sentido quando lembramos o mestre Alfred Hitchcock. Em “Um Corpo que Cai”, o mistério é desvendado antes da metade do filme. O foco é alterado – para a reação da personagem de James Stewart – e o suspense continua, intacto. Basta saber fazer.

De “Arquivo X” a “Lost” há um intervalo de quase dez anos. E esta nova série, até pouco tempo a mais comentada do momento, agoniza. Para garantir novas e novas temporadas, os autores, além de não esclarecerem nada, criaram novas dúvidas na cabeça dos espectadores. Hoje alguém dizer o que está acontecendo? Vamos tentar...


1. Seria uma ilha perdida no tempo e no espaço, como poderia sugerir a primeira temporada?

2. Seria a sede da tal “Iniciativa Dharma”? Digamos que sim. Tudo bem. Mas o que é a tal “Iniciativa Dharma”: um projeto psicológico de estudo do comportamento humano (que vimos na segunda temporada) ou um programa de controle da mente por meio de sons e imagens (que aparece na terceira temporada)?

3. Seria uma espécie de base militar controlada pelos “Outros” sem qualquer objetivo palpável?

4. Seria uma alucinação coletiva, ou mesmo individual, de um louco (Hurley), já sugerida em um episódio?

5. Seria uma ilha no estilo Ilha de Páscoa, mas com gigantes de pedra de apenas quatro dedos nos pés (encerramento da segunda temporada)?



Ninguém sabe. E o festival de incoerências e desrespeito ao público continua...


1. No começo era apenas uma (e somente uma!) ilha. Agora já são duas.

2. Onde foi parar o tal monstro mecânico que pontuou a primeira temporada? E afinal, é mecânico ou é só uma “névoa”?

3. E Walt, que materializou um urso polar e era parte importante da trama, que foi embora?

4. O que são os “Outros”? Cientistas? Empresários de um zoológico humano? Há sentido nas fantasias de náufragos, na violência exacerbada e nos esquemas suicidas de infiltração no território inimigo?



Por essas e por outras é que “Lost” virou uma piada. Um seriado em plena decadência, que está perdendo audiência em um ritmo assustador. O erro dos criadores de “Lost” parece ainda mais grosseiro quando lembramos que a série tem apenas uma trama central: a dos sobreviventes perdidos em uma ilha estranha. “Arquivo X” tinha, além da trama central, infinitas tramas paralelas, sem nenhuma conexão com o tema principal. Sua derrocada demorou por tratar da própria desinformação e também por suas válvulas de escape.

Do outro lado da moeda, temos “Heroes”, que começa a ocupar o lugar de “Lost” nos corações e mentes de muitas pessoas. Olhem só quanta diferença. A história de super-heróis mutantes (nenhuma novidade, portanto) teve toda a sua trama revelada em 10 capítulos! Toda a trama em 10 capítulos! Pronto! Agora que você sabe o que está acontecendo, sente no sofá e torça para que eles consigam salvar o mundo. Simples e eficiente.

“Heroes” não apela para truques baratos com o objetivo de amarrar os espectadores. E o melhor! As surpresas continuam. A cada episódio há momentos de suspiros do tipo “nossa”, do tipo “animal” e aqueles em que você vai pular da cadeira ou agarrar em qualquer coisa. Simples e eficiente. Enquanto isso, no meio da terceira temporada de “Lost”, ninguém sabe ainda como foi que Locke ficou paralítico... Terceira temporada.

Conselho de amigo. Se você assiste “Lost”, desista. Vá ver “Heroes”, do pessoal da imagem acima. E depois me conte.


(Trilha Sonora: Amy Winehouse – Back To Black)

domingo, abril 01, 2007

Throwing Muses

Guiado pelo simpático comentário da Anita posts atrás, resolvi fazer mais uma lista, agora com as mulheres que admiro, que me inspiram, que povoam meus sonhos...


10 - Jane Campion
A melhor diretora do cinema mundial em todos os tempos.


09 - Madonna
A artista mais importante que o mundo já conheceu.


08 - Lilian Pacce
Charme, elegância, estilo, sofisticação e beleza. Não necessariamente em ordem.


07 - Ana Paula Padrão
Há tempos minhas noites não têm o mesmo brilho de outrora. Snif...


06 - Niki Caro
Ela dirigiu dois dos filmes que mais me tocaram em anos e anos, "A Encantadora de Baleias" e "Terra Fria", bem guardados em minha DVDteca.


05 - Mia Doi Todd
Simplicidade. Em seu caso, vale o ditado "menos é mais".


04 - Bic Runga
Uma fofa cheia de talento. A boa notícia é que ela está cada vez melhor.


03 - Zhang Ziyi
A frase já foi dita. Eu apenas roubei, atualizei e deixei mais bonitinha: "Zhang Ziyi é o ser vivo mais lindo do mundo".


02 - Tina Fey
Na TV americana, ela é o que há de mais brilhante. Ponto.


01 - Fernanda Young
Ela tem muito talento. E muito estilo. Ela é muito inteligente. É muito perspicaz. E como se não bastasse, é muito linda, muito linda e muito linda. :0)~


Hours Concours

Aimee Mann

Já perdi a conta de quantas vezes ela me salvou... Como compará-la é uma injustiça e uma covardia, Aimee Mann fica acima do topo da lista. Bem acima.


(Trilha Sonora: Le Tigre - Feminist Sweepstakes)