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quinta-feira, novembro 02, 2006

Eu Não Quero Dormir Sozinho

O cineasta italiano Michelangelo Antonioni é um dos vértices de minha santíssima trindade, junto com François Truffaut e Ingmar Bergman. Há muito tempo, os críticos o rotularam como o "poeta da incomunicabilidade". A trilogia formada pelos filmes "A Aventura", "O Eclipse" e "A Noite" mostrava pessoas vivendo isoladas em seus próprios mundos, em meio à indeferença da sociedade que as cerca. O sucessor de Antonioni é Tsai Ming-Liang.

O diretor malaio é o poeta moderno da incomunicabilidade. Até a forma de seus filmes reforçam esta idéia, tratada de maneira muito mais radical: câmera fixa, planos longos, ausência de elipses e diálogos. É a conspiração do silêncio. "Eu Não Quero Dormir Sozinho" segue a cartilha e entra na lista dos trabalhos mais representativos dos últimos 20 anos pelo retrato poético que faz do afastamento e do isolamento que vivemos ( ficando ao lado de "Vive L'Amour" - sua obra-prima -, "O Rio", "O Buraco" e "Que Horas São Aí?").

Tsai Ming-Liang é hoje o melhor cineasta do mundo.

Na imagem acima, homens em momento de incomunicabilidade.


(Trilha Sonora: Iron Maiden - A Matter Of Life And Death)