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sábado, novembro 04, 2006

O Grito das Formigas

Mohsen Makhmalbaf é a "ovelha-negra" do cinema iraniano. Seus filmes são diferentes de todo o resto da produção de seu país, que surgiu como um novo neo-realismo. Ele é homem de sonho, de fantasia. Suas narrativas são repletas de metáforas. Os melhores exemplos são "Gabbeh", um poema visual sobre as cores da vida, e "O Silêncio", onde o som é o personagem principal. Mas as "ilusões" da vida não são o que o cineasta tem de melhor. Em "O Caminho Para Kandahar", há uma forte preocupação em retratar a realidade como ela é, sem retoques.

Esta mesma preocupação aparece em "O Grito das Formigas". Makhmalbaf vai à Índia contar a história de um casal iraniano em Lua de Mel. A mulher busca uma revelação espiritual enquanto o homem questiona sua fé. Durante a viagem, o diretor faz um retrato devastador da pobreza e suas implicações religiosas. Nestes momentos, o filme é um documentário. Brilhante. Mas, como em outros trabalhos, perde força na ficção.

Mohsen Makhmalbalf é muito melhor quando sai de seus mundos oníricos.

Na imagem, o homem que consegue parar trens com os olhos.

(Trilha Sonora: The Datsuns - Smoke & Mirrors)

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Gostei tanto de Gabbeh que no dia seguinte fui comprar um tapete e passei os próximos 4 meses pagando!!!! É muito poético.

1:53 PM  

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