Queimaram meus Ouvidos
Sim. Ando bem queimado. Primeiro, pelo palpite errado sobre "O Céu de Suely", que seria o meu indicado para concorrer a uma vaga para a disputa de Melhor Filme de Língua Estrangeira no Oscar 2008. Mas tudo bem. A vaga ficou com um belíssimo e sublime filme, que deixa de lado o rancor de tempos recentes para mostrar - e bem - uma história simples com o olhar ingênuo de uma criança: "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias". Apesar da minha preferência, a escolha da comissão da Secretaria do Audiovisual não merece as críticas bobas que está recebendo.
E foram justamente as críticas bobas que chamuscaram minhas lindas orelhinhas. De uma hora para a outra, parte da imprensa - muitas vezes não especializada - fez coro por "Tropa de Elite". E aí choveram manchetes do tipo "'Tropa de Elite' está fora do Oscar". Não entendo. Quantas pessoas viram - NO CINEMA! - "Tropa de Elite"? Eu respondo: uma centena de pessoas no Rio de Janeiro, durante o Festival do Rio, e meia dúzia de gatos pingados em Jundiaí, onde ocorreu a estréia para inglês ver.
Na onda causada pela crítica lobista, li uma série de comentários que não podem ser levados a sério. Vou desancar um por um, mas apenas os mais imbecis.
"Os paulistas da comissão escolheram um filme paulista". Pedro Butcher é carioca. Bruno Barreto também, e tem ligações profissionais atuais com José Padilha, diretor de "Tropa de Elite". Leon Cakoff é sírio, naturalizado brasileiro. Hector Babenco é argentino. Da lista, apenas Ana Paula Sousa e Rubens Ewald Filho são de São Paulo. Resumindo: a comissão tinha dois paulistas contra dois estrangeiros e dois cariocas. Beleza?
"O governo não quer mostrar 'Tropa de Elite'". Meus caros. Se o governo não quisesse mostrar "Tropa de Elite", dinheiro público não teria sido dado à produção por meio de leis federais de incentivo. Simples assim. O filme custou R$ 10,5 milhões. Sim. É dinheirinho suado nosso, seu, meu. Nenhuma conspiração. Lembro que a última vez em que o Brasil fez barulho lá fora com algum produto cultural foi com "Cidade de Deus" que, cá entre nós, não é um mar de elogios rasgados ao país.
"A Globo queria um de seus filmes no Oscar". Oras bolas. A Globo Filmes não produziu "Tropa de Elite". Só que produziu outros filmes que estavam na disputa. "O Ano.." não é filho único. No andar da carruagem, tanto faz ir ao Oscar com A, B ou C. E mais. A "Globo.com" e o jornal "O Globo" foram dois veículos que - entre outros - fomentaram esse debate nada a ver com nada. A organização bateu na decisão da comissão julgadora e está na minha lista de lobistas, seja lá o lobby por qual razão.
Não entendo essa polêmica toda. Para ser muito sincero, até desconfio. É no mínimo estranha essa defesa exagerada de "Tropa de "Elite". Também acho que discussão de camelô não merece grandes elucubrações. Porque, afinal, tem muita gente que viu a tal da cópia pirata e deveria ficar é de boca fechada. E tem mais. Quem foi ao cinema conferir a versão oficial não saiu com a certeza de ter presenciado um grande espetáculo. A imprensa carioca fez elogios aos atores e à direção. Mas malhou o filme por ser "facista" e por fazer uma "apologia à violência". E durma com essas balas perdidas voando sem rumo por aí...
Estou com a comissão e não abro. "O Ano..." é muito bom e merece a indicação, e até para a disputa final ao Oscar. Não há nada de errado. Ponto final.
(Trilha Sonora: Les Rita Mitsouko - Best Of)
E foram justamente as críticas bobas que chamuscaram minhas lindas orelhinhas. De uma hora para a outra, parte da imprensa - muitas vezes não especializada - fez coro por "Tropa de Elite". E aí choveram manchetes do tipo "'Tropa de Elite' está fora do Oscar". Não entendo. Quantas pessoas viram - NO CINEMA! - "Tropa de Elite"? Eu respondo: uma centena de pessoas no Rio de Janeiro, durante o Festival do Rio, e meia dúzia de gatos pingados em Jundiaí, onde ocorreu a estréia para inglês ver.
Na onda causada pela crítica lobista, li uma série de comentários que não podem ser levados a sério. Vou desancar um por um, mas apenas os mais imbecis.
"Os paulistas da comissão escolheram um filme paulista". Pedro Butcher é carioca. Bruno Barreto também, e tem ligações profissionais atuais com José Padilha, diretor de "Tropa de Elite". Leon Cakoff é sírio, naturalizado brasileiro. Hector Babenco é argentino. Da lista, apenas Ana Paula Sousa e Rubens Ewald Filho são de São Paulo. Resumindo: a comissão tinha dois paulistas contra dois estrangeiros e dois cariocas. Beleza?
"O governo não quer mostrar 'Tropa de Elite'". Meus caros. Se o governo não quisesse mostrar "Tropa de Elite", dinheiro público não teria sido dado à produção por meio de leis federais de incentivo. Simples assim. O filme custou R$ 10,5 milhões. Sim. É dinheirinho suado nosso, seu, meu. Nenhuma conspiração. Lembro que a última vez em que o Brasil fez barulho lá fora com algum produto cultural foi com "Cidade de Deus" que, cá entre nós, não é um mar de elogios rasgados ao país.
"A Globo queria um de seus filmes no Oscar". Oras bolas. A Globo Filmes não produziu "Tropa de Elite". Só que produziu outros filmes que estavam na disputa. "O Ano.." não é filho único. No andar da carruagem, tanto faz ir ao Oscar com A, B ou C. E mais. A "Globo.com" e o jornal "O Globo" foram dois veículos que - entre outros - fomentaram esse debate nada a ver com nada. A organização bateu na decisão da comissão julgadora e está na minha lista de lobistas, seja lá o lobby por qual razão.
Não entendo essa polêmica toda. Para ser muito sincero, até desconfio. É no mínimo estranha essa defesa exagerada de "Tropa de "Elite". Também acho que discussão de camelô não merece grandes elucubrações. Porque, afinal, tem muita gente que viu a tal da cópia pirata e deveria ficar é de boca fechada. E tem mais. Quem foi ao cinema conferir a versão oficial não saiu com a certeza de ter presenciado um grande espetáculo. A imprensa carioca fez elogios aos atores e à direção. Mas malhou o filme por ser "facista" e por fazer uma "apologia à violência". E durma com essas balas perdidas voando sem rumo por aí...
Estou com a comissão e não abro. "O Ano..." é muito bom e merece a indicação, e até para a disputa final ao Oscar. Não há nada de errado. Ponto final.
(Trilha Sonora: Les Rita Mitsouko - Best Of)