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terça-feira, julho 08, 2008

Patrimônio Paulistano

9 de julho. Para nós, paulistas e paulistanos, não há data mais importante. Foi em um dia 9 de julho que estorou a Revolução Constitucionalista de 1932. A gente lutava contra o governo provisório de Getúlio Vargas, que havia suprimido a constituição. Oras, bolas! Vamos às armas!

Para comemorar evento tão importante, temos o tradicional desfile na região do Parque do Ibirapuera, onde está o famoso Obelisco, o maior monumento da cidade (são 72 metros de altura). Para quem não sabe, é um mausoléu. Ali estão os corpos de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo - todos mortos durante a revolta - e de mais de 700 bravos soldados. Em suas 'paredes' está o seguinte poema, de Guilherme de Almeida:

"Aos épicos de Julho de 32, que,
fiéis cumpridores da sagrada promessa
feita a seus maiores - os que
houveram as terras e as gentes por
sua força e fé - na lei puseram sua
força e em São Paulo sua Fé."


Na imagem acima você vê o Obelisco. Vê claramente. Agora experimente passar por lá no fim da tarde, ou de noite mesmo. Não vai ver coisa nenhuma. O Obelisco de 32 está às escuras. O monumento mais importante da cidade de São Paulo não pode ser visto depois das seis da tarde. Queria uma explicação, e bem razoável. Porque é um absurdo sem tamanho! Além das 'árveres', o Obelisco somos nós, paulistas e paulistanos! É a nossa alma, nosso corpo, nosso sangue! Tudo lá, imerso no maior breu. Uma baita de uma falta de respeito.

E aí eu lembro da tal Lei Cidade Limpa. Eu sou parcialmente contra e, obviamente, parcialmente a favor. Acho que tínhamos muito o que fazer antes de apontar os dedos para a poluição visual paulistana. Nossa cidade está suja, com as calçadas quebradas, as ruas em frangalhos, a iluminação precária, a sinalização em pé de miséria, as praças de dar dó e por aí vai. E o Obelisco apagado...

Tenham santa paciência!

Logo hoje, véspera do 9 de julho, vi o novo trailer de 'Blindness', último filme de Fernando Meirelles, baseado em 'Ensaio Sobre a Cegueira', de José Saramago, parcialmente gravado em São Paulo. Que delícia ver a cidade no cinema. Até aquela ponte horrorosa - estaiada, né? - fica bonitinha... Bom. Eu acho feia pacas. Mas admiro quem vê poesia e beleza em números e formas geométricas, como poliedros, por exemplo. Não apenas admiro. Tenho certeza que me apaixonaria por alguém assim. 'You must love what you don't have'.

Antes de eu ir embora, por favor, acendam o Obelisco!


(Trilha Sonora: Rasputina - A Radical Recital)

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Realmente é um absurdo o obelisco estar às escuras. Iluminação pro obelisco já! Só não assino embaixo de uma coisa: eu AMO a Lei Cidade Limpa. beijo

7:58 PM  
Blogger Camila Alam said...

Mário, agora vc pode lançar a campanha: o Obelisco somos nozes!
hehe
bjos!

12:49 AM  

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