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sábado, novembro 03, 2007

O Velho e o Novo

O velho é o diretor Guilherme de Almeida Prado. Apesar de outros tantos filmes, ele ainda é lembrado por “A Dama do Cine Shangai”, um filme apenas razoável, que vive de óbvias citações ao cinema noir. Em “Onde Andará Dulce Veiga?”, o cineasta retoma sua obsessão, mais uma vez com Maitê Proença, e – adivinhem – não mostra nada de novo. É uma produção datada, fora de época, com uma direção ruim, um roteiro ainda pior e atores de chanchada e da Boca do Lixo (até Matilde Mastrangi!) com textos bem decorados. Nem vou falar em Carolina Dieckmann, que só é atriz para folhetins da Rede Globo (está ainda bem longe de uma interpretação mais séria, de verdade, no cinema). Sem a menor relevância.

Ainda bem que não dependemos mais da mediocridade que imperou no Brasil durante muito tempo, principalmente nas duas últimas décadas do milênio. Marcos Jorge, diretor quase estreante, aparece com “Estômago” e mostra que nem todos estão perdidos no tempo, que o país pode e deve caminhar rumo à vanguarda da arte cinematográfica.

“Estômago” dialoga com os dias de hoje, tem uma história bem contada, contada pouco a pouco, ganhando a platéia, em um roteiro muito bem escrito e com um ótimo trabalho do elenco principal, com destaque para João Miguel, perfeito. Vá correndo ao cinema quando o filme estrear. Mas vá de barriga cheia...

Por razões ainda desconhecidas, “Estômago” não aparece entre os melhores filmes da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, apesar da recepção mais do que calorosa. Para mim, é um novo motivo de desconfiança... Mais um prêmio que perde credibilidade. Como já falei por aqui, está na hora de o evento deixar o amadorismo de lado.


(Trilha Sonora: The Notting Hillbillies – Missing… Presumed Having A Good Time)