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sábado, novembro 03, 2007

A Casa de Moagem, em Duas Partes

Quentin Tarantino é um dos melhores diretores em atividade. E seu talento não veio da faculdade, das teses acadêmicas ou de leituras consagradas. Nem de filmes consagrados. Veio do lado B do cinema, que ele conhece – e cultua – como ninguém.

“À Prova de Morte”, 50% do projeto “Grindhouse” – moído pela Miramax, recria a experiência dos filmes “exploitation” (produções baratas cheias de sexo e violência) como um rigor – e um vigor – quase histórico. É uma aula pop de sub-cultura. Divertidíssima!

Entre na brincadeira e não espere nada autoral, estilo “Cães de Aluguel” ou “Pulp Fiction”. Só há Tarantino nas referências (algumas delas a ele mesmo), nos diálogos bizarros, na trilha sonora e na podolatria. O resto do filme é uma viagem para um cineminha vagabundo e empoeirado com péssima projeção de uma cópia caindo aos pedaços de um filme qualquer de quinta categoria.

“Planeta Terror”, a outra metade de “Grindhouse”, foi dirigido por Robert Rodriguez. O filme também é divertido e engraçado, apesar de sofrer – pouco – com a falta de referências (que sobram em “À Prova de Morte”) e com um ar mais moderno. Fácil de entender. Ratinho de cinema é o Tarantino, dono de invejável cultura B, C, D e E. Os outros, como Rodriguez, apenas dirigem, como vacas de presépio, sob a liderança do mestre. Na imagem acima, a deliciosa Rose McGowan, antes de perder sua perna e ganhar uma prótese, digamos, letal. :)


(Trilha Sonora: Vários - Quentin Tarantino’s Death Proof)