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quarta-feira, agosto 29, 2007

Tá Ouvindo?

Finalmente, do alto de meus 30 e bem poucos anos, posso falar sobre o melhor show de rock que já vi. E foi agorinha há pouco, na noite desta terça-feira, 28 de agosto de 2007: Dolores O’Riordan, no Via Funchal, em São Paulo. Para não dizer que é meu coração quem está falando um pouco mais alto, tenho uma série de “razões racionais”. Vamos lá.

Antes de mais nada, quero deixar claro que não tenho o currículo de nenhum André Palugan ou Rodrigo Bio e de nenhuma Anita Coli. Mas tenho uns bons shows na memória, de Rolling Stones a Bob Dylan, de Ramones a Foo Fighters, de Pearl Jam a Audioslave, de Sepultura a Iron Maiden, de Yes a Jethro Tull, de The Cure a New Order, de Rita Lee a Barão Vermelho. Mas Dolores foi de uma intensidade emocional inigualável.

Também gostaria de deixar bem claro que nunca toquei nenhum instrumento em um palco – e obviamente não fiz isso para ninguém ver. Mas Fê Vellozo, baixista do 2DF – que lança disco novo em breve – já me disse qual é a sensação de fazer um show para um público que está a fim de curtir. E algo aconteceu de muito especial na apresentação de Dolores. O Via Funchal estava lotado, desde cedo. O pessoal do fã-clube, que ficou lá na grade, fez uma festa fantástica, com camisetas personalizadas, presentes, cartazes, flores e bexigas. A mulher que já liderou os Cranberries custou a acreditar. Quando acreditou, fez um show memorável, histórico.

Dolores foi um doce de simpática. Falou o tempo inteiro com a platéia, cantou, dançou com aquele jeitinho de robô, pulou, tocou músicas pedidas pela platéia – foi o Lado B “Willow Pattern”, e de improviso –, cumprimentou os mais próximos com toques carinhosos, jogou beijos, agradeceu milhões de vezes (com uma sinceridade palpável), disse que estava em êxtase, atirou água em todos (acertou gotas em mim – estava ali pertinho) e terminou o show com a camisa da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei. A banda acompanhou o entusiasmo e quebrou tudo, tocando com uma violência fora do comum. Energia pura.

Ela ainda estava muito, mas muito confortável sem o peso do nome Cranberries. Depois de sua primeira experiência solo no palco – e diante de tudo que já comentei -, pode esquecer da banda. Os Cranberries não acabaram oficialmente, mas também não voltam mais. Por falar em Cranberries, Dolores abriu o show com “Zombie”, voltou para o bis com “Ode To My Family” e fechou com “Dreams”. Ela não deixou de lado “Linger”, “I Can’t Be With You”, “Salvation”, “Pretty”, “When You're Gone”, “Free To Decide” e “Animal Instinct”. Também mandou quase todas as músicas de seu álbum, claro.

Para terminar, deixo as “razões racionais” de lado para afirmar, mais uma vez, que Dolores O’Riordan fez o melhor show de rock que já vi. E sim, estou apaixonadíssimo. Mas isso nem precisava falar... :)

Acima, uma foto da gatíssima (mesmo!) irlandesa, roubada do Flickr, já do show em São Paulo. Como prometido.

(Trilha Sonora: Dolores O’Riordan – Are You Listening?)

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

estaile. bora pro the cure agora!

10:55 AM  
Blogger Bio said...

Classe!

Agora deu uma puta vontade de ouvir Cranberries!! E por um segundo até bateu um certo "arrependimento" por não ter ficado sabendo antes e ter ido! hahaha

11:13 AM  
Anonymous Anônimo said...

Um único erro: meu CV musical não é tão bom assim.
Também fiquei com vontade de ter visto o show...

11:23 AM  
Blogger Unknown said...

Melhor que Bob Dylan? A mulher deve ser f... mesmo. Não deve ser humana. rs E por falar no Dylan, viu a Cate Blanchet interpretando ele em "I'm Not There" (http://br.youtube.com/watch?v=imGyrMce-pU)? Beijocas!

10:30 AM  

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