Ostracismo Cultural
Eu sou contra a pena de morte. E tenho lá minhas dúvidas sobre a prisão perpétua. Mas acho que muitas pessoas tinham mesmo de ser excluídas da sociedade, como o "cineasta" Neville d'Almeida. A sugestão que tenho é que voltemos a adotar a prática do ostracismo. A punição foi criada em Atenas, no ano 510 a.C., para punir políticos que abusavam do poder: se decretada, o culpado tinha de abandonar a cidade-estado por 10 anos, deixando todos os seus bens para trás.
Vamos falar sobre cultura. Neville d'Almeida destruiu o cinema nacional. Ele é, sem dúvida alguma, o maior dos responsáveis pela imagem negativa que o cinema brasileiro tem até hoje, e entre nós mesmos. Quando você ouve alguém falar que filmes nacionais não prestam e que são uma baixaria só, a culpa é dele, dos palhaços do chamado "cinema marginal" e dos imbecis da "boca do lixo". Mas principalmente dele, o pior diretor da história. O que esse pessoalzinho desprezível conseguiu foi acabar com o Cinema Novo, dos mais representativos movimentos da arte cinematográfica em âmbito mundial, e distrair o povo com muito samba, futebol, palavrão e mulher pelada. E isso tudo durante a ditadura militar, o que torna essa aventura não apenas alienante, mas perigosa e irresponsável...
Há tempos participei de um ciclo de palestras sobre cinema nacional. E lá tive a oportunidade de conversar pessoalmente com vários representantes desse período medíocre, como Ozualdo Candeias e Denoy de Oliveira, por exemplo. Eles falavam com orgulho que não estavam interessados em política, que odiavam a idéia central do Cinema Novo, que não suportavam a figura de Glauber Rocha e que faziam filmes de qualquer jeito mesmo. Foram eles que, seguindo a tese do "qualquer jeito mesmo", inventaram o formato 17,5 mm. Bastava pegar um rolo de filme 35 mm e cortar ao meio. Mas não foi apenas o celulóide que eles cortaram ao meio. Foi a mais importante e significativa expressão artística brasileira. Em seu lugar instituíram o orgulho da ignorância: não quero saber do país, quero é depravação! Esse monte de filmecos é que, aos poucos, foi minando o cinema nacional. E por muito pouco a coisa não foi pelos ares de verdade.
Neville, o ignorante-mor dessa turminha, participou recentemente de um festival de cinema brasileiro em Nova Iorque, patrocinado pela Petrobras. Foi lá para tentar vender seu último filme, uma besteira qualquer sobre a herança indígena brasileira. Oxalá seja o último mesmo. Segundo ele, apenas o Brasil tem hoje tribos sofrendo com o avanço do "homem-branco". Sim, claro. Neville foi a Nova Iorque com o filho, com o nosso rico dinheirinho, e, com aquele ar de bufão dos trópicos, fez um discurso sem pé nem cabeça para americanos despreparados. Tive o azar de ver uma parte. Se tivesse um revólver, atiraria na TV.
É isso o que queremos de nosso cinema? O que estamos fazendo com a nossa cultura? Cinema é arte. Cinema é a expressão maior de um povo, da psique coletiva de um país. Cinema é para quem gosta de cinema, para quem ama cinema. Não é para os aventureiros que gostam de ver filmes no fim de semana ou que caem nas faculdades do país sem ter sequer visto "Cidadão Kane". É este o cinema, o cinema-arte, que temos de defender, que temos de discutir e glorificar. Sem deixar de lado o entretenimento, o choro fácil, o riso solto. Só não vamos confundir tudo. Como já disse aqui, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. E há espaço para tudo e para todos, com exceção dos pseudo-artistas, como o calhorda do Neville.
De volta ao ostracismo, mas em sua vertente cultural. Minha sugestão é exilar Neville d'Almeida. Não por 10, mas por uns 50 anos. Que viva longe das câmeras e da sociedade brasileira. O estrago que ele fez foi grande demais. Basta relembrar "Os Sete Gatinhos", "A Dama do Lotação" (sim, ele também é o responsável pelo desconhecimento público da obra de Nelson Rodrigues - Neville o transformou em um velho depravado) e "Rio Babilônia", um lixo que não serve nem para a distração de adolescentes com excesso hormonal.
Vamos todos expulsar Neville do país. Neville, você não presta. Seus defensores podem ir junto, agarrados na sua echarpe engomada. Vocês também não prestam.
A foto acima é de Glauber Rocha, o melhor diretor que o Brasil conheceu (admirado em todo o mundo), e que morreu em acessos de loucura pela situação crítica do país. O homem ao seu lado é o mestre Roberto Rosselini. Preciso falar mais?
Está me incomodando muito ter apenas mencionado o nome de Neville d'Almeida. Espero tê-lo ofendido bastante... Por via das dúvidas, vou xingá-lo mais algumas vezes: Neville, você é um imbecil, um calhorda, um ignorante, uma vergonha.
(Trilha Sonora: Sepultura - Chaos A.D.)
Vamos falar sobre cultura. Neville d'Almeida destruiu o cinema nacional. Ele é, sem dúvida alguma, o maior dos responsáveis pela imagem negativa que o cinema brasileiro tem até hoje, e entre nós mesmos. Quando você ouve alguém falar que filmes nacionais não prestam e que são uma baixaria só, a culpa é dele, dos palhaços do chamado "cinema marginal" e dos imbecis da "boca do lixo". Mas principalmente dele, o pior diretor da história. O que esse pessoalzinho desprezível conseguiu foi acabar com o Cinema Novo, dos mais representativos movimentos da arte cinematográfica em âmbito mundial, e distrair o povo com muito samba, futebol, palavrão e mulher pelada. E isso tudo durante a ditadura militar, o que torna essa aventura não apenas alienante, mas perigosa e irresponsável...
Há tempos participei de um ciclo de palestras sobre cinema nacional. E lá tive a oportunidade de conversar pessoalmente com vários representantes desse período medíocre, como Ozualdo Candeias e Denoy de Oliveira, por exemplo. Eles falavam com orgulho que não estavam interessados em política, que odiavam a idéia central do Cinema Novo, que não suportavam a figura de Glauber Rocha e que faziam filmes de qualquer jeito mesmo. Foram eles que, seguindo a tese do "qualquer jeito mesmo", inventaram o formato 17,5 mm. Bastava pegar um rolo de filme 35 mm e cortar ao meio. Mas não foi apenas o celulóide que eles cortaram ao meio. Foi a mais importante e significativa expressão artística brasileira. Em seu lugar instituíram o orgulho da ignorância: não quero saber do país, quero é depravação! Esse monte de filmecos é que, aos poucos, foi minando o cinema nacional. E por muito pouco a coisa não foi pelos ares de verdade.
Neville, o ignorante-mor dessa turminha, participou recentemente de um festival de cinema brasileiro em Nova Iorque, patrocinado pela Petrobras. Foi lá para tentar vender seu último filme, uma besteira qualquer sobre a herança indígena brasileira. Oxalá seja o último mesmo. Segundo ele, apenas o Brasil tem hoje tribos sofrendo com o avanço do "homem-branco". Sim, claro. Neville foi a Nova Iorque com o filho, com o nosso rico dinheirinho, e, com aquele ar de bufão dos trópicos, fez um discurso sem pé nem cabeça para americanos despreparados. Tive o azar de ver uma parte. Se tivesse um revólver, atiraria na TV.
É isso o que queremos de nosso cinema? O que estamos fazendo com a nossa cultura? Cinema é arte. Cinema é a expressão maior de um povo, da psique coletiva de um país. Cinema é para quem gosta de cinema, para quem ama cinema. Não é para os aventureiros que gostam de ver filmes no fim de semana ou que caem nas faculdades do país sem ter sequer visto "Cidadão Kane". É este o cinema, o cinema-arte, que temos de defender, que temos de discutir e glorificar. Sem deixar de lado o entretenimento, o choro fácil, o riso solto. Só não vamos confundir tudo. Como já disse aqui, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. E há espaço para tudo e para todos, com exceção dos pseudo-artistas, como o calhorda do Neville.
De volta ao ostracismo, mas em sua vertente cultural. Minha sugestão é exilar Neville d'Almeida. Não por 10, mas por uns 50 anos. Que viva longe das câmeras e da sociedade brasileira. O estrago que ele fez foi grande demais. Basta relembrar "Os Sete Gatinhos", "A Dama do Lotação" (sim, ele também é o responsável pelo desconhecimento público da obra de Nelson Rodrigues - Neville o transformou em um velho depravado) e "Rio Babilônia", um lixo que não serve nem para a distração de adolescentes com excesso hormonal.
Vamos todos expulsar Neville do país. Neville, você não presta. Seus defensores podem ir junto, agarrados na sua echarpe engomada. Vocês também não prestam.
A foto acima é de Glauber Rocha, o melhor diretor que o Brasil conheceu (admirado em todo o mundo), e que morreu em acessos de loucura pela situação crítica do país. O homem ao seu lado é o mestre Roberto Rosselini. Preciso falar mais?
Está me incomodando muito ter apenas mencionado o nome de Neville d'Almeida. Espero tê-lo ofendido bastante... Por via das dúvidas, vou xingá-lo mais algumas vezes: Neville, você é um imbecil, um calhorda, um ignorante, uma vergonha.
(Trilha Sonora: Sepultura - Chaos A.D.)
4 Comments:
Hehehe Então é por causa desse sujeito que as pessoas da minha geração torcem o nariz ou sentem calafrios sempre que recebem um convite para ver um "filme nacional"? Bom saber a quem mandar a conta da terapia. E mais uma vez parabéns pelo blog Mario. Estou curtindo esse seu resgate semanal (e às vezes até mesmo diário) da história do cinema. Beijos!
ADORO GENTE QUE ESCREVE COM BILE!!! Esses é que são os bons textos...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cinema é arte. vida. Liberdade de expressão.
Para acabar com a "pouca vergonha" dos filmes que a retratam, deve-se antes excluí-la da vida.
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