Nome:
Local: São Paulo, São Paulo, Brazil

sábado, junho 23, 2007

Listas, Listas e Mais Listas

O American Film Institute divulga, a cada década, sua famosa lista com os 100 melhores filmes (americanos) de todos os tempos. Há algumas surpresas interessantes. “Cidadão Kane”, de Orson Welles, continua no topo, impávido colosso. Depois, na ordem, temos “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola, “Casablanca”, de Michael Curtiz, “Touro Indomável”, de Martin Scorsese, “Cantando na Chuva”, de Gene Kelly e Stanley Donen, “E O Vento Levou”, de Victor Fleming, “Lawrence da Arábia”, de David Lean, “A Lista de Schindler”, de Steven Spielberg, “Um Corpo que Cai”, de Alfred Hitchcock e, enfim, “O Mágico de Oz”, também de Victor Fleming.

Temos muito para discutir. Mas vamos apenas refazer a lista, agora com as datas, em ordem outra vez: 1941, 1972, 1942, 1980, 1952, 1939, 1962, 1993, 1958 e 1939. Quais são as conclusões? Desde que eu nasci, há 30 e poucos anos, apenas dois filmes (americanos) mereceram a distinção de estar entre os Top 10. Desde 1993, há 14 anos, nenhuma produção é boa o suficiente para aparecer no meio dos melhores. Meu ponto é: para as novas gerações, de futuros cinéfilos e cineastas, quais são as referências? Será que na última década nada de interessante foi feito?

Imagino um garoto lá com os seus 14, 15 ou 16 anos. Um garoto que, como eu, amava o cinema e só os Beatles. Ele não lembra de “A Lista de Schindler”, lançado quando era um bebê, e nunca viu “Touro Indomável”, da década anterior ao seu nascimento. Adoro listas. Mas acho que alguém deveria parar, pensar e fazer algo radical. Que tal criar uma nova, com os filmes mais recentes, ou, talvez, uma reservada apenas para os clássicos? Vamos sacar “Cidadão Kane”, “O Poderoso Chefão” e “Casablanca” do pódium. Vamos abrir espaço para “Magnólia”, “Os Imperdoáveis”, “Os Bons Companheiros”, “Clube da Luta”, “Cães de Aluguel”, “Traffic”, “O Silêncio dos Inocentes”, “Moulin Rouge!”, “O Informante”, “Sideways” e por aí vai... Nada a ver com arte ou qualidade. Tudo a ver com a sustentabilidade do cinema para as novas gerações.


(Trilha Sonora: Gogol Bordello - Multi Kontra Culti Vs. Irony)

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Mas também me pergunto: não há uma tendência a valorizar mais os clássicos? "Clube da Luta", daqui a 20 anos, não vai ser considerado um clássico sobre a esquizofrenia? Os filmes contemporâneos tem retratado temas de uma época diferente. Acho que ainda não tivemos tempo de absorver e interpretar os acontecimentos recentes.

11:06 AM  

Postar um comentário

<< Home