Pérolas e Lavagem
Há tempos – aqui mesmo neste blog – falei sobre a crítica imbecil dos dias de hoje. Também mencionei rapidamente a diferença entre filmes bons e filmes legais. Pois bem. Olhem só as pérolas que eu tive a infelicidade de ler durante a última semana:
Guia da Folha – 26 de Janeiro a 1º de Fevereiro de 2007
Ricardo Calil escreve sobre “A Grande Família”. E diz que o filme segue o molde de “Rashomon”, clássico de Akira Kurosawa. Leiam:
“Depois, repetiram essa mesma situação três vezes de maneiras distintas, de acordo com as reações de Lineu à doença. Em "Rashomon" (1950), de Akira Kurosawa, molde clássico para tal estrutura, cada episódio trazia o ponto de vista de um personagem. Em "A Grande Família - O Filme", de Mauricio Farias, o que muda é o gênero ao qual cada parte se filia.”
Usar Akira Kurosawa para discutir “A Grande Família” é um sinal claro de prepotência intelectualóide. O que o crítico pretende? Arrancar suspiros por sua inequívoca demonstração de cultura? Talvez. Para mim, não passa de uma tremenda idiotice. É a mesma coisa que dizer que a edição do novo filme da Xuxa lembra os cortes das obras da fase americana de Fritz Lang. Ou que “Páginas da Vida” tem movimentos de câmera que remetem a “Cidadão Kane”. Faça-me o favor...
Revista Veja – Edição 1993 – 31 de Janeiro de 2007
Diogo Mainardi – em sua coluna batizada de “Os Cães de Gravata” – fala sobre a morte de Joseph Barbera (tema anterior deste blog) e de Iwao Takamoto, criador do Scooby-Doo. Ele diz o seguinte:
“Nada representa com tanta clareza o barateamento intelectual do nosso tempo quanto os desenhos animados de Hanna-Barbera. Cada quadro economizado por eles significou para nós uma idéia a menos, um pensamento a menos, uma sinapse a menos.”
Diogo. São desenhos animados. Simples assim. São desenhos animados.
* E como se não bastasse, a Revista Veja ainda usou os meus tomates. :0)
Resumindo: Cada coisa no seu lugar. Não vamos alimentar os porcos com pérolas. E nem vamos dar lavagem à “elite cultural”. Vou desenhar para os críticos entenderem:
Lavagem = Porcos
Pérolas = “Elite Cultural”
(Trilha Sonora: Norah Jones - Not Too Late)
Guia da Folha – 26 de Janeiro a 1º de Fevereiro de 2007
Ricardo Calil escreve sobre “A Grande Família”. E diz que o filme segue o molde de “Rashomon”, clássico de Akira Kurosawa. Leiam:
“Depois, repetiram essa mesma situação três vezes de maneiras distintas, de acordo com as reações de Lineu à doença. Em "Rashomon" (1950), de Akira Kurosawa, molde clássico para tal estrutura, cada episódio trazia o ponto de vista de um personagem. Em "A Grande Família - O Filme", de Mauricio Farias, o que muda é o gênero ao qual cada parte se filia.”
Usar Akira Kurosawa para discutir “A Grande Família” é um sinal claro de prepotência intelectualóide. O que o crítico pretende? Arrancar suspiros por sua inequívoca demonstração de cultura? Talvez. Para mim, não passa de uma tremenda idiotice. É a mesma coisa que dizer que a edição do novo filme da Xuxa lembra os cortes das obras da fase americana de Fritz Lang. Ou que “Páginas da Vida” tem movimentos de câmera que remetem a “Cidadão Kane”. Faça-me o favor...
Revista Veja – Edição 1993 – 31 de Janeiro de 2007
Diogo Mainardi – em sua coluna batizada de “Os Cães de Gravata” – fala sobre a morte de Joseph Barbera (tema anterior deste blog) e de Iwao Takamoto, criador do Scooby-Doo. Ele diz o seguinte:
“Nada representa com tanta clareza o barateamento intelectual do nosso tempo quanto os desenhos animados de Hanna-Barbera. Cada quadro economizado por eles significou para nós uma idéia a menos, um pensamento a menos, uma sinapse a menos.”
Diogo. São desenhos animados. Simples assim. São desenhos animados.
* E como se não bastasse, a Revista Veja ainda usou os meus tomates. :0)
Resumindo: Cada coisa no seu lugar. Não vamos alimentar os porcos com pérolas. E nem vamos dar lavagem à “elite cultural”. Vou desenhar para os críticos entenderem:
Lavagem = Porcos
Pérolas = “Elite Cultural”
(Trilha Sonora: Norah Jones - Not Too Late)
2 Comments:
Terrível. Por isso que desencanei de ler críticas e resenhas de jornais e revistas, prefiro muito mais alguns sites e blogs menos pretensiosos e com maior credibilidade... E quando os "críticos" escrevem seus textos com base nos releases das distribuidoras/produtoras? Saem barbaridades...
hahaha Tem gente que quer gastar o verbo e o conhecimento
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