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segunda-feira, março 19, 2007

Estresse Pós-Traumático

Não é fácil sobreviver ao naufrágio de um transatlântico. As pessoas que conseguem nunca mais voltam a ser como eram antes do desastre. A experiência de quase-morte, ímpar, fica impregnada até que o "quase" abre caminho para a "morte". Há uma palavra para definir esse estado: estresse pós-traumático. Vítimas de quaisquer tipos de acidentes, de quaisquer formas de violência urbana, de guerras etc costumam sofrer com a doença, que nasce por causa de nossa insignificância diante do fim.

Um exemplo no mundo do cinema é James Cameron. Não há outra explicação para sua carreira depois de "Titanic" a não ser o tal do estresse pós-traumático. Durante as filmagens de sua premiadíssima produção, a recriação de um dos mais trágicos momentos da história da humanidade já era vista também como um dos mais trágicos momentos nas bilheterias e, claro, como o fim de sua trajetória como diretor. Mas ele segurou a onda (sem trocadilhos) e seguiu em frente. Resultado: "Titanic" varreu "Guerra nas Estrelas" (o original, de 1977) do topo dos mais lucrativos filmes da história americana. E ainda ficou em primeiro lugar entre as maiores bilheterias de todos os tempos no resto do mundo. Mas o trauma foi profundo(sem trocadilhos, por favor).

E como vai a carreira de James Cameron? Para dizer o mínimo, discreta. Ele fez uns documentários sobre o fundo do mar (sobras de filmagem?), anunciou vários projetos, criou uma série de televisão que não vingou e... mais nada. Bom... Até agora. 10 anos depois de "Titanic", Cameron vislumbrou algo que poderia levá-lo ao topo novamente. Que tal descobrir o ossuário de Jesus Cristo, estremecer um dos principais pilares da Igreja Católica e, assim, sacudir todo o Cristianismo? Perfeito para um homem que, diante do trauma de ter "sobrevivido" a um feito tão extraordinário, nunca mais teve coragem de voltar para trás das câmeras.

Para quem ainda não sabe, James Cameron é o produtor do documentário "The Lost Tomb Of Jesus", que defende a idéia de que a ficção de "O Código Da Vinci" é, de fato, real. Estudiosos de todo o mundo atacaram o filme com veemência, dizendo que dados foram arranjados, torcidos e retorcidos para dar força a seu conceito principal. Mas vamos deixar a polêmica de lado. Vamos, sim, ver o lado humano de tudo isso. Em tempos como os de hoje, lançar uma tese, assim, como entretenimento, soa como provocação, desespero, carência. Um grito de criança pela atenção da mãe.

James Cameron. Procure um psiquiatra.


(Trilha Sonora: Maria Mena - White Turns Blue)

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Pra mim isso tem o nome de incompetência mesmo. Ele deu sorte com Titanic que foi um megasucesso de público, só. Mas não é daqueles que você vê o filme e reconhece o diretor.

5:45 PM  

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