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quinta-feira, outubro 12, 2006

O Novo Mundo - Terrence Malick

Acabo de ver "O Novo Mundo", de Terrence Malick. O que mais impressiona é a velocidade com que o diretor produziu o filme. Para contar a história de Pocahontas, levou menos de 10 anos. De "Cinzas no Paraíso", de 1978, até "Além da Linha Vermelha", de 1998, foram 20 anos de intervalo (caso minha matemática não esteja errada).

Malick é assim mesmo. Um cineasta bissexto. E recluso. Não aparece em festivais, entregas de prêmios, fotos ou imagens de bastidores. Também não dá entrevistas. Uma figura tão difícil quanto talentosa. Mas, enfim, vamos ao filme.

A crítica*, na época do lançamento, foi quase unânime em dizer que "O Novo Mundo" não tinha nada de especial. Não concordo. A produção é, sim, ingênua. O choque entre as civilizações parece ser um tanto óbvio. Os primeiros 40 minutos estão dedicados a mostrar quão fantástico é o tal "novo mundo", uma utopia real. Depois passa a destruir o mito da civilidade (?) do homem moderno.

Mas deixemos de lado as implicações antropológicas do filme. Eliminando a ingenuidade e a obviedade, Malick oferece tudo o que se poderia esperar dele. Grandes planos gerais, compostos com a maestria de sempre, montados em longas seqüências, o que reforça a experiência visual única de seus trabalhos. Tudo embalado por uma produção cuidadosa (com exceção do figurino indígena, correto demais) e performances bem convincentes.

Por enquanto, sem pensar muito, e ainda sob o impacto inicial, é isso.

Belo filme. De 0 a 10, leva um 7,75. :0)

Mas é o pior dos Malicks que vi. Em ordem: "Cinzas no Paraíso" (impecável!), "Além da Linha Vermelha" (primoroso!) e "O Novo Mundo" (quase lá!).

Acima, o pôster teaser. Dizem por aí que os índios olharam para o mar e não viram os navios que chegavam. Simplesmente porque tais imagens não faziam parte de seu repertório cultural. Será?


* A crítica de cinema é burra! Volto ao assunto em breve...

(Trilha Sonora: Mia Doi Todd - The Golden State)